Um beijo de mulheres
Primavera em outubro pororokense RJ-SP
Edital de Pequenos Eventos: CHUTE!
Pessoas Forças Rádio Agora
Bixxigão e Dulcynelandia
Uma aventura Exogâmica
Para o PANORÂMA DE ANÁLISE
Roteiro do que foi e é, para poder se ir onde quer
Aqui fala,
Anjo Dulcina de Amores Fredyn
Para comunicar
Propor, ligar
Projetar, ver, dançar
Esse feto na vida aquosa da geração.
Pequena iniciação da introdução do começo- GÊNESE – Bixigão e a prova dos 9.
O Movimento BIXXIGÃO, foi um trabalho iniciado em 2000/01, com a peça OS SERTÕES. Foi o encontro do pequeno piquete do OFICINA-SERTÕES com o bairro do Bixiga; e através do Pedrão com a capoeira foi feita a primeira ligação. Primeira pétala do cordão de ouro. Os estudos do livro de Euclides, feito através de oficinas, desembocavam na montagem da peça. A produção do teatro Oficina e os estudos eram feitos dentro do OFICINA, (com aulas de TE-ATO, Teatro, percurssão, voz, capoeira), e também na quadra da Vai-Vai. Em 8 anos de Sertões, crianças cresceram, foram e voltaram, outras apareceram. E com o surgimento da casa do Bixigão, o espaço físico, as realizações das oficinas despontaram.
Bixigão, um Ponto de Cultura com a conquista do espaço físico!
preparação do corpo elétrico.
O BIXXIGÃO sendo um ponto de cultura fez o trabalho crescer; as oficinas sempre foram feitas por quem atuava no teatro, ou dirigia etc., criando uma carga de trabalho enorme; assim outras pessoas se aproximaram, novas presenças surgiram.
O BIXXIGÃO sempre contou com pessoas que se dedicavam exclusivamente ao movimento; para que o movimento se tornasse algo do bairro e não simplesmente um lugar de preparação para o Teatro OFICINA. O BIXXIGÃO tinha e tem que se tornar um ponto comum do bairro, com toda a produção do Bixigia, armarinhos, docerias, oficinas, teatros, escolas e etc.
No início do ano de 2009, a casa do Bixigão, estava sem nenhuma grade de horário, ou seja, teoricamente a casa estava parada. Mas uma vida dentro da casa fervilhava, com o surgimento do LAB. , proposto por Yoda, Léo e Ana. Os três davam vida à casa, fazendo as máquinas funcionarem, dando os primeiros passos da rádio tão desejada por todos, principalmente por Letícia Coura, grande incentivadora. O LAB. foi uma das atividades propostas no ano de 2008, em julho, dentro da grade de aulas.
Em 2008 o BIXXIGÃO estudou e preparou “Cypriano...”, junto ao OFICINA, que seria encenada em 2009. Por diversas questões a peça acabou sendo encenada no próprio ano de 2008, adiantando a grade de 2009. Contudo a Oficina LAB. continuou, com suas atividades de auto-sustentabilidade, produções em softwares livres, etc; o que manteve a casa viva e aberta para receber os que ainda estavam por chegar em 2009.
Relógio das horas para trás - Aventura Exogâmica
prepara-ação do corpo elétrico pela pororoka
Com a viagem de OS SERTÕES em 2007, depois de várias cidades, chegaríamos ao Rio de Janeiro. Eu já pretendia ficar morando no Rio. Era a última cidade antes da confirmação da viagem a Quixeramobim e Canudos. No meio das duas semanas de OS SERTÕES no Rio, surge uma frente: Eu, Daniel Lara (do Zé Presidente), Mariano Mattos, Luiz Felipe e uma galera do RJ, fizemos a POROROCA. Que foi uma maluquice mesmo!
POROROCA: o encontro na criação, entre água doce e salgada, Rio e São Paulo numa pororoca-produção viva ao vivo.
Ficando lá, depois do final dos SERTÕES, um amigo em comum de todos, o Jura, me falou sobre o Teatro DULCINA, que era da prefeitura e estava fechado, precisando ser ocupado. Comecei a procurar - e com alegria fui descobrindo - sobre essa mulher que faria 100 anos em 2008; que teria morrido em 1996; que tinha uma universidade com seu nome.
Nossa!
Aconteceu a viagem transcendental à Canudos.
Produzimos. Viajamos. Filmamos.
E no primeiro dia de peça, “A TERRA” quebrei o pé.
Era o tenente: Escolhe sordado! Pés e mãos na calçada.
Iria então me dedicar à mulher esquecida, Dulcina de Moraes !
No Rio
ela se desvendou a mulher Hierofante.
Seu teatro na rua Alcinado Guanabara n°17, perto do Amarelinho, próximo ao Rival; CINELANDIA.
Entrei em comunicação com a FUNARTE, então responsável pelo teatro, mas não obtive resposta quanto ao destino dele para o centenário (?); onde estavam os 400 mil que a prefeitura na época de 2004/05 conseguiu para somar a outros 100 mil para a reforma do teatro (?); e que reforma, que projeto, de que, pra que (?); Enfim, nenhum retorno. Aí, então já não estava sozinho, tinha o apoio de amigos do Rio...Ava Rocha, Camila Márquez, Cafi, Mariana de Moraes... E sempre fui avisando São Paulo dos passinhos.
Então:
20 de Julho de 2008 começa a ocupação na porta do TEATRO REGINA DULCINA
Esporro! Gozada! Contra estagnação!
Em julho de 2008, Eu, Rafael Mannheimer, Alexandra Arakawa, Karina Lopes, Acauã Sol, Rodrigo Denega, Fabiano Nunes, Heyk Pimenta, organizamos vários CHUTES, (era assim que chamávamos a ocupação quinzenal que fazíamos aos domingos ensaiando A MORTA, ao vivo na porta do teatro, até então A MORTA era a peça original de Oswald de Andrade) politizando sobre as condições do teatro. Fizemos uma revista a lá cartonera, que falava da Cinelândia e desses encontros. O bar do Raimundão ao lado, ficava aberto até mais tarde, vendia bebidas pacas. Bandas, poetas, palhaços, crianças de rua, todos passavam por ali. Projeções na porta, quando dava! E era lindo! Assim nasceu O CHUTE.
Tudo com a intenção de que a FUNARTE olhasse para essa manifestação e que fizesse alguma coisa para o teatro. Essa ação do CHUTE foi virando uma universidade livre, de trocas, uma Ágora mesmo.
Descobrimos do outro lado da rua, em frente ao teatro, a Ocupação Manuel Congo.
MANUEL CONGO foi um líder escravo, que se rebelou contra barões do café, e conseguiu sozinho reunir uma multidão que caminhou até o centro do Rio de Janeiro...
A Ocupação Manuel Congo do MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia) havia ocupado o Cine Vitória, que fica numa rua no final da Alcindo Guanabara, foram expulsos e ocuparam o prédio do INSS, fechado à 10 anos de frente para o Dulcina.
Tínhamos que fazer um trabalho como o do BIXXIGÃO, que começou com junção das crianças da capoeira e as crianças do prédio da Caixa ocupado com mais de 100 famílias. Era uma ocupação bem barra pesada.
O DULCYNELÂNDIA, nos CHUTES com os parceiros, conseguiu junto aos servidores da FUNARTE, que nos contataram, iniciar a derrubada de um poder da FUNARTE, que gerou a abertura do Teatro REGINA DULCINA no seu aniversário.
5 de dezembro.
ABRE AQUELA PORTA! No meio da mágica.
Abrimos a porta, graças ao Sérgio Mambertti e fizemos um CHUTE dentro do teatro Regina-Dulcina. Era importante as pessoas entenderem a dimensão do trabalho a ser feito.
O teatro necessita de uma reforma e inovação física. Já que estávamos na porta já fazendo a reforma partindo da relação da criação.
O diálogo aberto entre FUNARTE e DULCYNELÂNDIA, só começou com a mudança da diretoria-presidencia, e numa reunião convocada pelo próprio Sérgio Mambertti no início do ano de 2009, onde ele propôs uma “parceria” entre a Fundação Nacional de Arte e nosso Movimento.
No final do ano de 2008, o DULCYNELÂNDIA se dividiu:
Uma parte ficou no Rio, preparando e concentrando os próximos CHUTES, Karina Lopes e Alexandra Arakawa, e a outra parte veio para São Paulo, Eu, Acauã Sol, Rafael Mannheimer, Rodrigo Denega. Agregamos mais pessoas: Luiz Cazati, Bárbara Bonnie e Ivan Cardoso.
Então, em São Paulo, começou a parceria com o BIXXIGÃO.
Movimento DULCINELÂNDIA, início de 2009.
corpo eletrificando-se
No nascimento de Oswald de Andrade, fomos recebidos pelo Yoda no BIXXIGÃO, com consentimento da Sylvia, para fazer uma leitura da peça A MORTA, já adaptada à Dulcina e sua vida. A leitura foi feita através da rádio do BIXXIGÃO, que se encontrava em testes. Daí iniciou-se o trabalho de entendimento e fortalecimento do novo momento do BIXXIGÃO. Começaríamos a entender o Bixiga.
E o BIXXIGÃO entenderia a chegada desse grupo.
Era um momento de simbiose e revitalização desses dois trabalhos, cada um entendendo o seu momento, na parceria. Parceria essa, que é a reflexão conjunta sobre a questão da Universidade; e a ação.
Essa parceria BIXXIGÃO-DULCYNELÂNDIA produziu muitas coisas, uma delas o filme do 1° quadro de À MORTA, feito e editado no BIXXIGÃO, em software livre, num trabalho de montagem da peça.
Em SP mais dois CHUTES foram feitos: um na Revirada Cultural, realizado pelo BIXXIGÃO-DULCYNELÂNDIA, na USP no espaço do CANIL; e o outro, no próprio teatro OFICINA, onde deixamos a porta aberta, com projeções na rua, improvisando e criando músicas. Colocamos os computadores do BIXXIGÃO dentro do fosso do teatro e ficamos editando vídeos e projeções, trabalhando imagens para o mimeógrafo, criando uma produção viva, com cheiro de álcool, e todo mundo fervilhando.
Essa parceria, esse beijo, gerou também, a presença física do Pernambucano Rodrigo DeNega, que morava na ocupação Manuel Congo, trabalhou conosco na Ocupação da porta do Teatro Dulcina, e que estava também nos ensaios d’À MORTA, tocando e cantando suas músicas, trazendo sua experiência de movimentos como MST, mas já revirando tudo isso! Hoje esse cremador recebido pelo Bixigão, como teto, mantém viva a RÁDIO LABIXXIGA, que funciona das 21h até 00h. A única rádio que toca SURUBIM e que fala de teatro.
E finalmente a aprovação desse edital de Pequenos Eventos. Minc!
Fim do voluntarismo. Abram tudo. Ágora's. Tamo junto e misturado.
O edital Pequenos Eventos, o DULCYNELÂNDIA propôs ao BIXXIGÃO, que fosse feito com o caráter do CHUTE, tornando o evento uma ação de conscientização da questão do Bixiga, e da Ágora, proposta feita pelo grupo Uzyna Uzona. Mas tudo na ação, no corpo, com moradores do Bixiga e com outros grupos do entorno.
No Rio, a proposta é de transformar a Rua Alcindo Guanabara numa Ágora, por ter dois projetos de ocupação, literalmente um de frente para o outro: de um lado o teatro REGINA-DULCINA e do outro a ocupação Manuel Congo.
Cultura e Moradia.
É o mesmo para o vão do Minhocão, que liga o OFICINA ao grupo dos FOFOS, e o entorno com sua vida de teatro e bares, aparentemente em extinção.
Esse vão, intitulado Ágora , que já teve festas, agora terá que existir em seu fundamento além das festas, mas à partir de ações artísticas e com a participação dos moradores, em continuidade. A tomada espontânea daqueles que tem aquele espaço mais que por direito; e que é um espaço mal ocupado. Todo o elevado.
E na ação de ocupação com o entorno, propor um ambiente em que as pessoas se encorajem à atitude de cuidar, manter e continuar.
Esse CHUTE que virá, e acontecerá em outubro, tem um cronograma proposto de um mês de atividades. Acontecerá um circuito no bairro com: CAPTAÇÃO, CHAMADO, TROCA e PRODUÇÃO, que acontecerão dentro do BIXXIGÃO, e em outros espaços, que serão descobertos na imersão do Bixiga, e que vazará na Ágora-SP em um domingo inteiro de atividades!
Ou seja, essa ação de práticas de Universidade Livre, que será feita pelos que fizeram a parceria para a conquista desse edital, só terá força se junto a esses que vieram do RJ + os que fortaleceram aqui em SP + BIXXIGÃO, juntos, prepararem o afeto dos que vivem no entorno, para inauguração daquele ponto, tornando-o realmente de cada um. Na ação e na prática em experimentos e sobretudo poéticos.
Essa ação possibilitará a renovação e finalmente abertura de inscrições para novos BIXXIGUENTOS, pois o grupo dos BIXXIGUENTOS anteriores, finalmente terão sido encaminhados para uma outra forma de atuar e estar no BIXXIGÃO. Como se subissem um (degrau) grau, uma cambalhota sobre a própria cabeça no topo da pequena montanha, como se virassem UNIDADE PRODUTIVA, como propunha Nietzsche em seus escritos para educação, onde ele propunha uma nova filosofia para uma nova forma de relação daquele que sabe e tem o conhecimento e aquele que descobre e se alegra.
Esse CHUTE só possibilitará a continuidade de todas essas coisas, se o OFICINA, assim como os outros grupos do entorno, ajudarem no fortalecimento da ação desse CHUTE que inaugurará a Ágora e que o Bixiga continuará.
É importante o BIXXIGÃO ser o comunicador, aquele que irá chamar o bairro para ação através das oficinas de outubro, a fim de fazer as pessoas terem vontade de ocupar aquele lugar, e o BIXXIGÃO. Assim podemos evitar reclamações e mal entendidos com vizinhos, lembrando que esse espaço é deles, é nosso.
Para o BIXXIGÃO, com a Ágora inaugurada, possibilitará ter um espaço onde toda a produção do BIXXIGÃO-BIXIGA-DULCYNELÂNDIA-E-MAIS-TODOS desemboque nesse lugar de troca; não de umbigos fechados. É importante uma força contínua para que esse trabalho árduo possa se expandir para outros lugares, como a Cracolândia e outras
Ágoras.
É a hora métrica.
Desse CHUTE e dessa ação, trazer toda uma reformulação no discurso do BIXXIGÃO, na forma como todos do OFICINA se relacionam com a casa e o próprio nascer do BIXXIGÃO
como UNIDADE PRODUTIVA.
Re-conhecer cada um. Cada dedicação.
As grande obras não são feitas com precipitação, mas com perseverança... (A Chuva)
E não é otimismo.
É deglutição.
Você, Zé Celso, que é o porta voz da questão do Teatro d’Estádio, da Universidade, da Ágora, torna-se o comunicador e reconhecedor das parcerias feitas, e que são símbolo de que a questão dos projetos propostos para o Bixiga pelo Uzyna Uzona são de questões e problemas de dimensão nacional. E que estão despontando em outros territórios desterritorializando-se; e que agora começam a se comunicar e a criarem parcerias que contribuam na preservação e melhoria dos espaços públicos, em ações conjuntas com a produção telúrica e viva da cultura, moradores e artistas. É muito importante Zé, que se consiga projetar e fazer crescer as questões levantadas para o Bixiga.
E você é o projetor de cinema de todos e de tudo...
Será o Hierofante! Ou mesmo o cremador! Desse momento!
Um processo de produção parecida com o do CINEMAÇÃO do OFICINA Moçambique. Público não como consumidor, mas como vivente, produtor, que faz parte das criações.
Assim acredito, na força de inaugurar a Ágora que está viva. Não é ideal, mas é concreto. E é preciso conhecer. Estimular. Difundir.
Não vamos nos vislumbrar com essa conquista do edital.
Sim, ele realmente revigorou e acentuou a parceria e essa nova vida do BIXXIGÃO;
-Que venham outros, ou dinheiro de outras formas-
E ele possibilitará a ação para esse novo formato de relação com o bairro, com o teatro...
Mas há
“A” questão, e é grande; o nosso barbante realmente não se acaba!
A mão flutua no ar tentando achar a ponta, mas não acaba...
Precisamos entender esse emaranhado na ação contínua.
No CHUTE passe de bola, olho no olho.
TIME!
Outubro mês da revolução.
Cacilda e Dulcina dão-se beijos,
que quentes,
agora são nossos.
Cremar!
Refazer, comendo!
Tocar adiante.
Dilatar.
Potiguaras.
MERDA
ps: texto para identificação dos corpos em eletricidade; e todos darem a continuidade vivendo e se relacionando com essa produção viva para o surgimento da Ágora. todos devem conhecer o Bixigão e todos os outros movimentos plugados para tomarem partido e participarem.
jaja a nossa organização para a ocupação da Ágora.
participem
todos os domingos 12:00 almoço na casa do Bixigão!
MERDA
viva Bárbara!
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domingo, 20 de setembro de 2009
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